27 setembro 2009

Uma solução para o voleibol

Como interessado no desenvolvimento do voleibol em Portugal, e analisando a realidade da modalidade no nosso país, sugeri uma hipótese para solucionar o problema, escrevendo este artigo de opinião no Sovolei.

Em Portugal a modalidade de voleibol, comparada com outras, é de uma pobreza extrema. E isto passa-se em todas as áreas que envolvem a actividade desportiva. O voleibol não tem comparação sequer, com outras modalidades praticadas no nosso país. Isso vê-se bem se analisarmos os resultados
obtidos em competições de nível internacional. De 5 em 5 anos temos uma equipa que faz pequenas surpresas no estrangeiro (Castêlo da Maia, Vitória, CA Trofa, CD Ribeirense). Temos, todos os anos, equipas que têm direito a participar nas provas europeias e abdicam. E porquê?

Actualmente, os clubes pagam tudo. As despesas são com os atletas (mesmo quando estes estão ao serviço das selecções), os árbitros, as viagens, as estadias, os pavilhões, etc. E, hoje em dia, que clubes podem suportar isto?
Só temos meia-dúzia de clubes totalmente profissionalizados e mesmo esses perdem dinheiro com o voleibol. Conseguem é suportar-se noutras receitas, vindas principalmente do futebol (como SL Benfica e Vit.Guimarães) das autarquias ou dos governos regionais (casos de CD Ribeirense e CS Madeira).
Esta é a razão para o nosso voleibol ser tão fraco.

Podemos com toda a certeza dizer, que a modalidade sobrevive apenas por causa do esforço tremendo dos atletas, do trabalho incrível dos técnicos, da dedicação imensa dos directores e da muita carolice de outros amantes da modalidade. Para quem gosta de voleibol e vive esta modalidade com paixão,
chega a ser cruel a forma como são (des)tratados todos estes intervenientes, pelas autoridades que têm a responsabilidade de gerir o voleibol.

Parece-me evidente que passados tantos anos, a solução só pode passar por criar uma Liga de Clubes, para que seja esta a gerir os campeonatos nacionais. Assim, os reais interessados (os clubes) poderiam fazer um melhor trabalho, já que sabem bem as dificuldades e necessidades que têm. Mais
ainda, sendo eles os interessados zelariam sempre pelo seu desenvolvimento em vez de andarem a trabalhar em prol de objectivos pessoais ou políticos.
Em conjunto, os clubes saberiam gerir melhor os horários das partidas, as transmissões na TV, as incursões nos orgãos de comunicação social, os direitos publicitarios, etc.

Em todos os países - que são actualmente as maiores potências do voleibol - existem Ligas de Clubes que organizam os campeonatos nacionais. Na Europa, veja-se bem o exemplo da Itália que é talvez o expoente máximo do voleibol europeu. Basta visitar e pesquisar um pouco o site da Liga (feminina: www.legavolleyfemminile.it e masculina: ww.legavolley.it), para se perceber o porquê da dimensão do voleibol neste país.

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